Educadores, jardineiros e afeto
Gosto de observar o comportamento humano. É nele onde encontro muitas respostas e, em contrapartida, construo indagações diversas para as quais nem sempre encontro respostas. Já observou alguma vez na sua vida, o comportamento de um jardineiro preparando a terra para plantar as sementes?
Educadores, quando recebem seus alunos nos primeiros dias de aula agem exatamente assim. Olhar cuidadoso, sorriso no rosto, ouvidos aguçados para perceber cada suspiro, cada história, cada emoção que transcende dos alunos que, seja lá qual for a história familiar, anseiam por um tiquinho de carinho, de escuta, atenção e segurança para contar sem medo, quem são e o que desejam.
Jardineiros dos bons, colocam as mãos na terra, sentem o cheiro, a textura, aram, modelam o solo, nutrem e hidratam aquela que talvez fosse apenas barro seco e sem vida, mas com paciência, dedicação, amor e confiança, pouco a pouco, se abre para acolher e deixar semear os primeiros brotos que de uma hora para outra, tornam a paisagem encantadora e surpreendente.